A psoríase nas relações sociais, pessoais e íntimas
A psoríase é uma doença física, mas com implicações a nível social, emocional e mental. Quais são os principais estigmas com que se luta? Como tratar a mente para aceitar o corpo? Como explicar aos amigos? Que tipo de apoio devem as redes de suporte dar? O enfermeiro Miguel Teixeira explica as principais dificuldades, mas também as melhores estratégias para lidar com a patologia.
A comunicação tem um poder incrível.
Ela vai muito além das palavras
Na sua experiência profissional, Miguel aprendeu a reconhecer os sinais dos doentes, que poderão estar presentes “na postura, nos gestos, na expressão das emoções, nos comportamentos…”.
O papel dos enfermeiros não deve nunca ser descurado, uma vez que são eles que cuidam, apoiam e ensinam os pacientes, mas há ainda, para Miguel, pouca investigação relativa ao trabalho de enfermagem. Pretende incitar uma estrutura de intervenção precoce na saúde mental do doente psoriático, que seja transversal a todos os pacientes.
Não há um guião para lidar com a psoríase
Do ponto de vista prático, acredita que é preciso criar equipas multidisciplinares, “compostas por médicos dermatologistas, enfermeiro, psiquiatra, psicólogo, nutricionista, assistente social”, entre outros, e criar-se, também, a “consulta de enfermagem para o doente com psoríase”. O cuidado diferenciado a todos os doentes é, igualmente, fator fulcral na mudança.
Se valorizarmos as pessoas, todas as histórias marcam, pois é este processo individual que traz o sofrimento para o doente. É preciso saber ouvir, compreender e estar presente
A melhor forma de desmistificar e combater o preconceito é através da informação e esclarecimento de todos
Qualquer pessoa com um potencial alto de saúde mental consegue lidar melhor com fatores adversos
Um conselho para os doentes com psoríase?
Nunca desistam de vocês. Infelizmente, a psoríase acarreta muito mais que as escamas que o doente transporta na sua pele. É muito mais que estética e muitas vezes parece que se mergulha num poço sem fundo. Felizmente, hoje em dia existe uma variedade de terapêuticas que permite controlar as manifestações da doença.